quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Trabalho prejudica saúde mental de 1 em 5 em países ricos

São Paulo/SP - Condições de saúde mental, como depressão e ansiedade, atingem um em cada cinco trabalhadores em países desenvolvidos, diz relatório da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo, divulgado nesta segunda-feira (12), mostra mais preocupação com os efeitos do cenário sobre a produtividade dos profissionais.

A OCDE reúne os países desenvolvidos do mundo, incluindo os Estados Unidos e os da União Europeia, que atualmente vivem severas crises econômicas. Uma conclusão do estudo é de que pessoas com doenças mentais ausentam-se mais frequentemente do trabalho por motivos médicos e, mesmo no serviço, produzem menos do que os demais. De 30% a 50% das demandas de direitos e benefícios de trabalhadores envolvem abalos à saúde mental.

Até 2020, a depressão será o segundo maior fator de doenças mundiais em todas as idades no mundo, segundo a OCDE. O relatório cita pesquisas recentes que estimam em 800 bilhões de euros - R$ 1,94 trilhões - as despesas anuais decorrentes da doença.

Fatores decisivos para causar problemas desse tipo, como o estresse no trabalho, devem aumentar nos próximos anos, segundo a organização. Sem cogitar rever conceitos relacionados a jornada ou organização do trabalho, o desafio destacado pelo relatório cabe a legisladores, de quem se esperam novas formas de combater esse "problema social e econômico".

"O aumento da falta de segurança do emprego e a pressão hoje em dia nos espaços de trabalho devem agravar os problemas de saúde mental nos anos à frente", admite o relatório. Os países ricos, que compõem a OCDE, vêm aumentar os padrões de estresse e situações de tensão no trabalho na última década. "E diante da atual conjuntura econômica (de crise), cada vez mais pessoas estão preocupadas com a segurança no emprego." Na prática, o relatório sugere que o medo de perder o posto de trabalho só irá agravar a situação.

Há um agravante relacionado à estrutura de tratamento de saúde dos países. No que diz respeito à saúde mental, a maioria, segundo o estudo, está mais centrada em males mais graves, como esquizofrenia, por exemplo. Uma atenção maior à depressão poderia favorecer a recuperação dos trabalhadores, permitindo sua permanência ou retorno às atividades. Metade dos casos sérios fica desacompanhada e 70% das ocorrências consideradas moderadas não recebem tratamento adequado.


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