quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Educação deficiente dificulta crescimento industrial

As deficiências na educação básica brasileira são tão grandes que dificultam o aprendizado até para ser pedreiro, uma profissão que não exigia muita qualificação. Isso foi constatado pela indústria da construção civil gaúcha que, no auge de seu crescimento, no ano de 2010, teve que montar cursos para a formação de mão de obra e encontrou enorme dificuldade dos candidatos para entenderem o que era ensinado. Agora, é a Confederação Nacional da Indústria que chega à conclusão de que a falta de conhecimento tem influído na qualificação da mão de obra e, em consequência, na ampliação e modernização de projetos industriais.

Educação II
Em encontro realizado em São Paulo, industriais de todo o País deram exemplos dos problemas. O diretor Global de Recursos Humanos da Vale, Luciano Pires, revelou que, recentemente, a mineradora abriu 600 vagas para aprendizes no Pará e conseguiu selecionar apenas 200 candidatos. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Vieira, pesquisa revelou que o trabalhador tem dificuldade de interpretar dados e de agir rapidamente diante de problemas imediatos.

Educação IIl

Além da falta de escolaridade primária, há deficiências no ensino profissionalizante. O Brasil tem 6 milhões de estudantes universitários e 9 milhões no Ensino  Médio, dos quais apenas 1 milhão no ensino profissionalizante, informou o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi:  “No Brasil o jovem tem em média 12 anos de frequência à escola, sem uma hora sequer de educação profissional, e só 10% dessa juventude vai para universidade. Não há preparação dos outros 90%.” Por isso, digo eu, andou acertadamente a presidente Dilma Rousseff ao criar, em 26 de outubro, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, que vai garantir educação profissional aos jovens. Só o Senai, parceiro do programa, vai investir, até 2014, R$ 1,5 bilhão na construção de 100 novas escolas, 100 novas unidades de ensino móveis, 22 institutos de inovação e 40 institutos de tecnologia, de modo a ampliar o ensino profissionalizante e atender a demanda.
 
Por Danilo Ucha | ucha@jornaldocomercio.com.br - Painel Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário